Por
Dom Fernando Rifan. Disponível em: http://domfernandorifan.blogspot.com/2019/07/lirio-entre-espinhos.html
Em meio à onda de devassidão que assola o mundo de hoje,
a virtude da pureza está se tornando uma pérola rara e mais preciosa. Por isso
vale a pena recordar a vida de uma santa, cuja memória Igreja celebra no
próximo dia 6, Santa Maria Goretti, mártir da pureza.
Santa Maria Goretti, denominada a Santa Inês do século
XX, foi assassinada em 6 de julho de 1902, com cerca de 12 anos de idade,
porque preferiu morrer a ofender a Deus, pecando contra a castidade, como a
queria forçar seu assassino. Ela era uma menina de família católica, de boa
formação. Tive a graça de visitar, por duas vezes, o local do seu martírio.
Belíssimas as palavras do Papa Pio XII a seu respeito:
“Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das virgens e não quis
perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do seu corpo. E isso
não porque lhe atribuísse um valor supremo, senão porque, como templo da alma,
é também templo do Espírito Santo. Ela é um fruto maduro do lar cristão, onde
se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na obediência aos pais.
Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a invencível fortaleza
desta jovem virgem”.
Seu assassino, Alessandro Serenelli, então com 20 anos,
passou 30 anos na prisão e, graças às orações e ao perdão da santa,
arrependeu-se e se converteu, morrendo santamente aos 89 anos num convento dos
padres capuchinhos em 6 de maio de 1956.
Ele escreveu o livro “O Punhal de tantos remorsos”, onde
diz: “Aos 20 anos, cometi um crime passional, de que agora tenho horror só em
recordá-lo. Maria Goretti, agora santa, foi o anjo bom que a Providência
colocou no meu caminho para me salvar. Peço perdão ao mundo pelo ultraje feito
à mártir Maria Goretti e à pureza. Exorto a todos a se manterem afastados dos
espetáculos imorais, dos perigos e das ocasiões que podem conduzir ao pecado.
Eu gostaria que os que lessem esta carta (seu testamento) aprendessem a fugir
do mal e a fazer sempre o bem. Pensassem desde crianças que a religião, com
seus preceitos, não é algo de que se possa prescindir, senão o verdadeiro
alento, o único caminho seguro em todas as circunstâncias da vida, até as mais
dolorosas”.
Santa Maria Goretti e muitas outras santas e santos que
viveram sua pureza e castidade são exemplo para todos, especialmente em meio à
lama de impureza que nos cerca de todos os lados, especialmente pelos
espetáculos e pelos meios de comunicação.
Eu recordo as graves palavras do saudoso Dom Lucas
Moreira Neves, acusando a Televisão, o que poderíamos aplicar também a certos
sites da Internet, pela onda de impureza que traz para dentro dos lares:
“Acuso-a de ministrar copiosamente a violência e a pornografia. A primeira é
servida em filmes para todas as idades. A segunda impera, solta, em qualquer
gênero televisivo: telenovelas, entrevistas, programas ditos humorísticos,
spots publicitários e clips de propaganda. A TV brasileira está formando uma
geração de voyeurs, uma geração de debilóides. Acuso-a de ser corruptora de
menores”.